sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

CASTIDADE NO NAMORO, PARA QUÊ?

A ideia de não fazer sexo antes do casamento não é uma mania da 
Igreja para irritar ou perseguir você: entenda a importância da castidade
Carmen, uma espanhola de 25 anos, é jornalista e colabora com diversos jornais e instituições
do país. Além disso, é católica e tem um namorado. Nesta entrevista, ela fala da importância 
da virtude da castidade no namoro, de um ponto de vista mais humano. Segundo ela, 
“nossos órgãos sexuais produzem prazer e é fácil mostrá-los e entregá-los, mas só a 
pessoa que não quer ser reduzida a mero instrumento de prazer os guarda”.

Qual é o verdadeiro significado da pureza no namoro?

Que temos uma intimidade que nos pertence e não a entregamos a qualquer um, nem sequer
ao nosso namorado(a), ainda que seja a pessoa a quem mais amamos nesta vida e com 
quem possivelmente acabaremos casando algum dia. Quando decidimos guardar o 
nosso corpo, de certa forma estamos convidando o outro a prestar atenção em nós por dentro.

Por que guardar a virgindade no namoro hoje em dia?

Ser considerados como um simples objeto de prazer, sem que se valorize a pessoa em 
sua totalidade, é mais fácil do que parece, por não dizer que está ao alcance de qualquer 
um que conceba a relação sexual só corporal, sem uma doação completa, íntima e corporal 
da pessoa.

Quando se compartilha o corpo, mas não a alma, o que você é por dentro, a pessoa acaba 
se prostituindo. Nossos órgãos sexuais produzem prazer e é fácil mostrá-los e entregá-los, 
mas só a pessoa que não quer ser reduzida a mero instrumento de prazer os guarda.

Por que a castidade parece estar tão fora de moda atualmente?

Por falta de valores na sociedade e porque ninguém explicou aos jovens que há outra forma 
de viver um namoro. Há pessoas que pensam que, se você ama seu namorado(a), o mais 
normal é fazer sexo com ele – quando, na verdade, justamente porque você o ama, não 
faria sexo com ele.

Parece contraditório, mas, de fato, sugiro àquelas pessoas que estão pensando em fazer 
ou não sexo com o namorado(a), que lhe digam “não”, para ver como reagem. 
Se terminam o namoro por falta de sexo, é porque no fundo não amam de verdade.

Se as próprias mulheres acham que só servem para dar sexo aos homens, e que nenhum 
homem as amará sem sexo, é porque não conheceram homens de verdade, não conhecem 
a dignidade que possuem e que ninguém pode tirar delas, e não fazem a menor ideia do 
que é o amor. Elas se vendem por um preço baixo e deixam que as usem.

Também existe a mentalidade de que não posso me casar com uma pessoa se não tive vida 
sexual com ela antes (desconfiança pura e dura), se não sei como ela é na cama (objeto de 
prazer absoluto). Antes de conviver e fazersexo, é preciso conhecer profundamente a pessoa, independentemente do corporal: interesses, preocupações, visão da vida, convicções 
profundas, gostos, hobbies etc.

Outras pensam que vão conquistar o homem da sua vida com grandes decotes, minissaias, 
mostrando pernas e marcando curvas, quando, na realidade, o que conseguem é apenas 
levá-los para a cama. Não são os órgãos sexuais que nos diferenciam dos outros ou nos 
tornam singulares.

Quais são as vantagens da abstinência no namoro?

Todas as do mundo. Por exemplo, em primeiro lugar, é um desafio na vida dos namorados. 
Assim como temos novos desafios no trabalho, também aqui é preciso enfrentá-los e 
saber agir.

Em segundo lugar, a vantagem de estar aprendendo a amar o outro de verdade. Entre os 
namorados, existe atração física, mas também inteligência, vontade e liberdade. Agir 
guiados pelos instintos não nos levará a amar o outro como ele merece ser amado.

Se vivemos atendendo todas as exigências do corpo, é claro que a abstinência será impossível.
Neste sentido, os namorados devem dominar seus corpos, e não deixar que seus corpos os 
dominem, porque a tendência natural é a união conjugal.

Como você explicaria isso a uma adolescente que namora há dois dias e está muito 
apaixonada pelo namorado?

À adolescente eu diria que não mostre nem entregue seu corpo ao rapaz com quem está há 
2, 10, 150, 1.200 dias, porque ela não sabe se ele será o homem da sua vida ou alguém que 
só quer usá-la, para depois jogá-la no lixo, trocá-la por outra ou sumir se ela ficar grávida.

Muitas vezes, estes relacionamentos não dão certo porque não há verdadeiro amor, mas 
apenas curiosidade pelo sexo oposto, já que é a típica idade em que os corpos se 
transformam de crianças a adultos. Daí a importância de não fazer loucuras que depois 
custam caro e levam o adolescente a sentir-se usado como mero instrumento de prazer, 
fácil de conseguir.

E a uma moça de 20 anos?

A mesma coisa. Assim como seus pais tiram uma faca das suas mãos quando você é criança, 
porque é perigoso, a ideia de não fazer sexo com o namorado não é uma mania da Igreja 
para irritar você ou fazê-la nadar contra a corrente, mas a Igreja, como mãe, nos pede isso 
para o nosso bem, ainda que não entendamos. É preciso dar tempo ao tempo.

Que outras virtudes são necessárias durante esta etapa?

Generosidade, para doar-se continuamente ao outro, aprender a ceder; humildade, para pedir 
perdão quando agimos mal e para não impor nossa vontade; fortaleza, para fugir das tentações,
 superar as dificuldades, ter paciência; respeito mútuo, para amar-se de verdade, dizer as 
coisas com carinho e compreensão; e também simplicidade, naturalidade, veracidade, 
sinceridade absoluta, até nas pequenas coisas.

Qual é o aspecto mais bonito do namoro?

Compartilhar esse tempo com a pessoa que vai ser o homem ou mulher da sua vida. 
Esse amor que vai crescendo e amadurecendo com o tempo, tornando-se forte diante das 
dificuldades da vida, junto à confiança plena que um colocou no outro, partindo sempre da 
simplicidade e da sinceridade a todo momento.

E também o respeito de nasce desse amor e que nunca deve faltar; é isso que faz que a nossa 
vida valha a pena ser vivida. Se colocamos Deus no centro do namoro, o sucesso é garantido, 
porque damos ao nosso namoro uma visão em 3D que muitos não conhecem. 
E não imaginam o que estão perdendo.

(Artigo publicado originalmente por Católicos de España)

Texto retirado de http://www.aleteia.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário