segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DÍZIMO: VERDADES E MENTIRAS SOBRE A PROSPERIDADE

01 - Qual o significado do termo prosperidade? 
Derivado do latim, significa ventura, boa saúde. por extensão, quer dizer acúmulo de bens materiais, fortuna, riqueza, abundância, fartura.

02 - Há relação entre dízimo e prosperidade?
Muita e profunda. O dízimo exercita o coração do dizimista que aprende tanto a contribuir como a receber.

03 -  É a isso que se dá o nome de "Teologia da Prosperidade"?
Não. A chamada "Teologia da Prosperidade" surgiu nos Estados Unidos, no século passado, entre pregadores evangélicos, que afirmavam o seguinte: quem é fiel a Deus é rico ou, pelo menos, tem uma ótima situação financeira.

04 - Essa "Teologia da Prosperidade" faz sentido?
Não! Se ela fosse verdadeira, Deus não passaria de um negociante, sempre interessado em nossos bens materiais. E o que é pior: mais interessado em nosso dinheiro e outros bens do que em nós.

05 - Que textos bíblicos a "Teologia da Prosperidade" usa para justificar o que ensina?
Três textos, em especial: Gn 17, 7-8; Mc 11, 23-24; Lc 11, 9-10. Alguns também usam o texto de Ml 3, 10b. Esses e outros textos bíblicos, quando retirados fora de seu contexto e distorcidos, dizem aquilo que a Palavra de Deus não quer dizer.

06 - Que considerações devemos fazer a esse respeito?
As principais são as seguintes: 1. Deus não precisa de nada do que é nosso. Ele é completo em si. Ele não se torna mais ou menos Deus por que oferecemos esta ou aquela quantia de dinheiro. em Deus não existe carência, porque ele não tem as limitações que nós temos; 2. Quando Deus pede algo para nós - como amor, fidelidade, louvores - Ele não faz isso porque necessita de nossa ajuda e sim porque Ele quer estimular em nós a procura por Ele; 3. Deus não tem nada para vender; Ele é pura gratuidade e graça. Se pede algo de nós é para que nós sejamos felizes. Exemplo: ao pedir que observemos os mandamentos, Ele não quer nos subjugar, tratando-nos como seus escravos, mais sim que, observando as suas indicações, vivamos bem a vida e nos realizemos; 4. Tanto ´[e verdade que Ele não vende nada para nós que, além de nos dar a vida por amor, também por amor nos resgatou do pecado e da morte. Ele não fez isso por que ganharia algo, mas para que tivéssemos a vida. Por isso o Filho se fez um de nós, assumindo a condição humana e deixando-se crucificar embora não tivesse cometido nenhum pecado; 5. Só o amor incondicional de Deus por nós explica o plano da criação e o plano da salvação. Deus transbordou em Seu amor, dando-nos origem e vida em plenitude em Jesus. Ele não tinha necessidade de fazer tudo o que fez; se o fez, foi única e exclusivamente por amor; 6. Esse amor que nós, por mais que nos esforcemos, não conseguimos compreender - porque é maior do que nós -, não salvou apenas a alguns, mas a toda a humanidade. Só não se salva quem recusa a salvação consciente do que está fazendo: é o pecado contra o Espírito Santo. Deus quer que todos se salvem porque Seu amor não exclui ninguém; 7. Será possível que esse Deus, plenamente amor, exige de nós dinheiro e outros bens materiais para nos amar e abençoar? É claro que não! Ele ama porque é Amor!

7 - Sendo assim, porque tantos pregadores oferecem graças e bênçãos de 50, 100, 500, 1000 reais ou mais?
Porque são exploradores das necessidades do povo e encontram quem se deixa levar pela conversa deles. Se fosse assim, Jesus teria cometido um grande erro ao afirmar que a viúva pobre, que ofereceu algumas moedinhas, deu mais do que os ricos que ofereceram muito dinheiro (cf. Lc 21, 1-4). É um absurdo o que acontece em certas "igrejas", onde pregadores, tendo a mão "armada" com a Bíblia - e usando e abusando dela - roubam os seus fieis, tirando-lhes dinheiro, carro, terreno, apartamento, etc. Pior ainda quando fazem isso nos momentos em que suas "vítimas" passam por situações de crise ou dor profunda, estando psicologicamente expostas e vulneráveis a esses verdadeiros predadores que se dizem homens e mulheres de Deus.

8 - Isso pode acontecer também na Igreja Católica?
Pode, e acontece. Há pregadores mal preparados que se põem a falar sobre dízimo e, não tendo se preparada para tanto, têm como único argumento o conteúdo da "Teologia da Prosperidade", mesmo que nunca tenham ouvido falar dela. Eles simplesmente propõem uma troca, interpretando erroneamente os textos bíblicos, ao afirmar que quem oferece muito a Deus recebe muito, e quem tem pouco é porque "paga" pouco dízimo. Uma observação: a quase totalidade desses pregadores (católicos) não é mal-intencionada e sim mal preparada, o que causa confusão entre as pessoas e faz com que muitas criem uma aversão ao dízimo e, não raro, à Igreja Católica.

9 - O que é, então, o dízimo?
É uma contribuição, assumida como compromisso com Deus e com a comunidade, e que tem como finalidade a evangelização. Sendo que pelo batismo o próprio Jesus nos envia para evangelizar, o dízimo é uma das formas que temos de investir na ação evangelizadora, sustentando tudo o que diz respeito a ela.

10 - Oferecemos o dízimo para Deus ou para a Igreja?
Para a Igreja, mas por causa de Deus. Como Ele quer que o Evangelho seja anunciado a todas as pessoas, e entregou essa missão à Igreja, nós colocamos em comum parte dos bens que temos para que juntos, correspondamos à confiança que Jesus depositou em nós (cf. Mt 28, 16-20). O dízimo é a melhor forma que temos hoje de investir na evangelização. Como Jesus (cf. Lc 8, 1-3), a Igreja usa de recursos desse mundo para anunciar o Evangelho.

11 - Os dizimistas conscientes, generosos e fiéis são abençoados?
Sim, como são abençoadas todas as pessoa que escolhem a Deus e se deixam abençoar por Ele. São abençoadas não pelo dinheiro com que contribuíram para a evangelização e sim porque abriram o seu coração a Ele. Deus quer abençoar a todos e sempre; para tanto basta que a pessoa abra as portas de seu coração - que só pode ser aberto por dentro - para que o Senhor e sua bênção se façam presentes nela (cf. Ap 3,20). Portanto, o dízimo é uma das chaves que temos para abrir a porta do coração e permitir que Jesus entre nele, e não um jeito de comprar as suas bençãos (que ele não tem para vender, porque as oferece gratuitamente a quem as aceitar).

12 - Em que sentido o dízimo é fonte de prosperidade?
Não no sentido da "Teologia da Prosperidade", que é pura enganação. Para o dizimista consciente, generoso e fiel, que acolhe Deus porque abre o coração a Ele, a prosperidade é fruto da presença de Deus em sua vida. Quem está com Deus está bem, e por isso se dispõe a ter mais saúde, a trabalhar com mais alegria, a servir com mais entusiasmo, a acreditar de fato naquilo que faz, a desempenhar melhor a sua profissão, a encontrar mais gosto em viver, a se relacionar melhor com as pessoas. A prosperidade, consequência do dízimo que nos abre para Deus, é a que traz sentido para a vida e lhe dá um significado mesmo quando existem dores, sofrimentos e dificuldades.

13 - Se alguém "paga" o dízimo com a intenção de ficar rico vai se decepcionar?
Sem dúvida! Deus não precisa desse "pagamento", e nem tem o que fazer com ele. O que Ele quer é a nós, porque nos ama e quer nos abençoar. Quem tenta comprar a Deus fica com as mão vazias não porque Deus o castigue, mas porque ele, ao não se abrir a Deus, o impede de agir nele. O dizimista autêntico faz a sua contribuição e deixa-se abençoar por Deus; ele não faz exigências e nem tem segundas intenções porque tem consciência que Deus sabe do que ele mais necessita. O dízimo é, sim, fonte de prosperidade porque a presença de Deus faz o dizimista prosperar; isso tudo não tem nada a ver com a tal da "Teologia da Prosperidade".

14 - Para concluir
"Nestes tempos de agudo apelo ao individualismo hedonista (uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana) e de fortíssimo consumismo, nos deparamos com o surgimento de propostas religiosas que dizem oferecer o encontro com Deus sem o efetivo compromisso cristão e a formação de comunidade. Desaparece, então, a imagem do Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, cujo zelo por suas criaturas é atento com as aves do céu, com os lírios do campo ou com um único fio de cabelo (cf. Mt 21, 18). Surge a imagem do Deus da troca, do negócio, dando a impressão de que Ele se encontra mais preocupado com o que pode lucrar através de pedidos e reivindicações, notadamente dos que sofrem. Em tudo isso, o discípulo missionário reconhece que não pode existir caminho para Deus revelado em e por Jesus Cristo, se não houver amor (cf. 1Jo 4, 7.20-21). O discípulo missionário sempre desconfiará (cf. 1Jo 4, 1) das propostas religiosas que não brotem do amor nem levem a ele" (CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: 211 - 2015, n.15).
Texto retirado do folheto nº 18 da Editora Pão e Vinho

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TEMPO LITÚRGICO



O TEMPO DO ADVENTO

INTRODUÇÃO
Estamos no último mês do Ano Litúrgico. Eis que se aproxima o inicio de mais um Ano Litúrgico que vejo como uma grande oportunidade para celebrarmos a vida, para sentirmos o quanto Deus nos ama e nos quer perto dele. E o tempo do Advento, que se inicia em 01 de dezembro, vai nos preparar para vivermos profundamente todos os aspectos do Ano Litúrgico.

MAS O QUE É O ADVENTO?
O Advento vem da palavra latina “Adventus”, que quer dizer chegada. Quer dizer, chegou a hora de prepararmos para a grande  solenidade do Santo Natal do Senhor. Para nós cristãos, essa preparação já nos traz grande alegria, nos deixa na expectativa, onde esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivemos o arrependimento, promovendo a fraternidade e a Paz. A duração deste tempo é de quatro semanas.

A espiritualidade do Avento
A espiritualidade do Advento aponta para valores essenciais na vida dos cristãos, como “a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão”.
Alegria, porque vemos Deus cumprindo a suas promessas: “o Salvador virá”; essa alegria deve não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera vai acontecer com certeza. Não é uma ficção, mas uma realidade concreta e atual. O que a Igreja espera é o que esperava Israel e já foi realizado em Cristo, mas que só se consumará definitivamente na “parusia” (volta) do Senhor. Por isso, a Igreja canta com voz forte: “Maranatha”! Vem Senhor Jesus!
Esperança porque, como diz São Paulo a Timóteo Cristo é a nossa esperança. O que se espera é que todas as coisas sejam renovadas, todas as nossas misérias sejam suprimidas, pecados e fraquezas serão transformados e fortalece a nossa paciência diante de tantas dificuldades e tribulações da vida.
Conversão porque se não retornamos a Cristo com todo o nosso ser não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da vinda do Senhor. É necessário, como fez João Batista, que “preparemos o caminho do Senhor “ nas nossas próprias vidas, nos dispondo para a oração e numa profunda leitura orante da palavra de Deus.
Pobreza, não só material, mas aquela pobreza que nos faz abandonar e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos, pois Jesus viveu em tudo a condição humana menos o pecado. O Filho de Deus colocou-se inteiramente nas mãos do Pai.

Personagens bíblicos deste tempo
Isaías é o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação) anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim os exilados. As principais passagens deste livro são proclamadas  durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos. Ele que no capítulo 7 do seu livro já anuncia a vinda do Senhor.
João Batista é o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, “mais que um profeta”, “o maior entre os que nasceram de mulher”, o mensageiro que veio diante d’Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s). A figura de João Batista como precursor aponta o Senhor como presença já estabelecida no meio do povo. Assim ele encarna todo o espírito do Advento. Por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
José se destaca nos textos bíblicos como o esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da  descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.
Maria de Nazaré: a mulher do sim a Deus e do serviço aos irmãos. Maria tem algumas referências significativas, sobretudo na versão Lucas, autor do Evangelho da Infância. São textos que impõem Maria de Nazaré como um modelo de espera atenta do Senhor. É por isso que, com João Baptista, ela é uma das figuras que a liturgia propõe à nossa consideração e que pode ajudar-nos a viver de forma mais empenhada e coerente o nosso “caminho de  advento”. (Joaquim M.G. Mendes scj).

Símbolos do Advento
Existem muitos símbolos referentes ao Advento e Natal. Aqui gostaria de destacar apenas dois: a cor dos paramentos e a coroa do Advento.
Os paramentos deste tempo litúrgico levam a cor roxa. A única exceção é o terceiro domingo do Advento, Domingo Gaudete ou da Alegria, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do Salvador que está bem próxima.
A coroa do Advento tem a forma de circular representando a eternidade. Os Cristãos utilizaram a Guirlanda ou coroa do Advento como um símbolo de esperança e amor divino. O material da qual é formada, galhos de pinheiros e azevinho, é verde como a esperança e seu laço vermelho, simboliza o amor de Deus aos homens. As quatro velas simbolizam os 4 domingos do advento (cf. <ideeanunci ai.wordpress.com/2010/11/ 30/símbolos-do-advento/). 
O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

Conclusão
“O Advento é ponto de partida e ponto de chegada do ano litúrgico (espiral do tempo). A Igreja se prepara para o Natal, recordando o nascimento histórico de Cristo. O Advento apresenta sempre a tríplice “vinda” de Cristo: Cristo veio, Cristo vem, Cristo virá (ontem, hoje e sempre). É esta a chave de leitura dos textos litúrgicos do advento. Cristo veio. Mas de que adianta se ele não vem agora para cada pessoa? “Nós é que temos que nascer para Ele” (fr.Walter Hugo). Portanto, Advento é também o nosso tempo; estamos sempre no “advento” de nós mesmos. Cada um vive no Antigo Testamento de si mesmo. Celebrando sua vinda histórica, realiza-se sua vinda atual no mistério do culto, realizando-se assim, mais uma etapa da preparação da última vinda de Cristo. A Igreja vive e celebra esta tensão do “já presente” e do ainda “por vir”. Cristo é sempre aquele que ainda deve vir e continua chegando para cada um e para todo o mundo” ( h t t p : / / w w w. f r a n c i s c a n o s . o r g . b r /?p=5869#sthash.E2rxFS6L.dpuf; cf. também: CIC n.524 ).

Frei Benedito Félix da Rocha
Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - Curitiba/PR
Fonte: Jornal O Capuchinho - Novembro/2013

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

QUAL O SIGNIFICADO DO DIA DE FINADOS NA TRADIÇÃO CRISTA?


2 de novembro, dia dos fiéis defuntos. Para a Igreja católica não se trata de um feriado qualquer, mas de uma oportunidade de rezarmos  pelos entes queridos que buscam a plenitude da vida diante da face de Deus. Desde os primeiros séculos, os cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar por eles e por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade primitiva. No século XIII, o dia dos fiéis defuntos passou a ser celebrado em 2 de novembro, já que no dia 1 de novembro era comemorada a solenidade de todos os santos.

A Igreja sempre celebra aquilo que provém de uma tradição, daquilo que é fruto de uma experiência de fé no seio da comunidade cristã. O professor de teologia da vida consagrada no Instituto Regional para a Formação Presbiteral do Regional Norte 2, Frei Ribamar Gomes de Souza, explicou que Santo Isidório de Servilha chegou a apontar que o fato de oferecer sufrágios e orações pelos mortos é um costume tão antigo na Igreja que pode ter sido ensinado pelos apóstolos. O Frei salienta ainda qual o significado do dia de finados, que para o Catolicismo é uma data tão importante.

"A comemoração de todos os fiéis falecidos evidencia a única Igreja de Cristo como: peregrina, purgativa e triunfante que celebra o mistério pascal", disse.

O Frei também explica a esperança que deve brotar no coração dos cristãos, os quais são convidados a não parar na morte, mas enxerga-la na perspectiva da ressurreição de Cristo.

”Às vezes olhamos a nossa vida numa perspectiva de uma tumba que será fechada com a terra e com uma pedra em cima, mas para nós cristãos, Cristo está diante dessa pedra ele que é a Ressurreição e a vida. Ele olha através da pedra e ver a cada um de nós", salientou.

Dia de finados e purgatório

O purgatório que faz parte da doutrina escatológica da Igreja é a condição de purificação que as almas devem passar para apresentarem-se sem mancha diante de Deus. Ao contrário do que se pensa, não trata-se de um castigo, mas de uma intervenção da misericórdia de Deus. A doutrina do Purgatório veio definida no segundo Concílio de Lion em 1274. Frei Ribamar Gomes explica que este dia serve para rezarmos preferencialmente pelas almas dos purgatório, as quais precisam de purificação para adentrarem no Paraíso.

"O purgatório nos transforma na figura sem mancha, ou seja, no verdadeiro recipiente da eterna alegria. No purgatório a alegria do encontro com Deus que acontecerá, supera a dor e o sofrimento. Só não acredita no purgatório quem duvida da misericórdia de Deus. o verdadeiro significado do dia de finados só pode ser encontrado no amor de Deus".

Fonte: Canção Nova

PARTILHA E SOLIDARIEDADE CRISTÃ: MEIOS CONCRETOS DE ESTAR VIGILANTES


Encerrando o "Ano da Fé", instituído em outubro do ano passado pelo Papa Bento XVI, Novembro é, também, o mês em que a igreja, tradicionalmente, atendendo a recomendação explícita de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos alerta para não sermos pegos de surpresa, e procuremos sempre orar e vigiar com vistas a alcançarmos a esperança viva de salvação que se experimenta a partir da .
Assim, neste mês, somo convidados de modo especial, a estarmos vigilantes perante os compromissos de cristãos e, a nos conscientizarmos sobre a transitoriedade de nossa vida neste mundo. Com efeito, já nos dois primeiros dias deste mês, através das solenidades de Todos os Santos e Santas e das celebrações do Dia de Finados a Igreja procura estimular os fieis a refletir sobre o verdadeiro sentido de nossa "passagem" histórica por este mundo. De fato, a mencionada "passagem" é o tempo que nos é concedido pelo Criador para buscarmos conhecer e por em prática, como verdadeiros cristãos, os ensinamentos de Jesus contidos nos Evangelhos, Cartas Apostólicas e demais livros que, na Bíblia, compõem o Novo Testamento.
Neste contexto, na Igreja Católica, compete à Pastoral do Dízimo tornar evidente aos fieis que, uma das formas de estar vigilante é vivenciar fraternalmente a partilha de tudo o que somos e temos, bem como, conscientiza a todos que, devolver o Dízimo pleno, de forma espontânea e generosa, caracteriza um autêntico processo de conversão pessoal, tendo em vista que o Dízimo é, realmente, uma expressão concreta de partilha e amor a Deus e aos irmãos.
Portanto, além de se manter em permanente contato com Deus pela oração e pela reflexão sobre Sua Palavra contida nas Sagradas Escrituras, estar vigilante implica, inclusive, em praticar a partilha e as obras de misericórdia e solidariedade com os irmãos, pois, como nos diz São Tiago, "a fé sem obras é morta em si mesma e não nos alcança a salvação eterna". (Tg 2,17). 
Entretanto, cabe lembrar que, se formos dizimistas realmente conscientes e participativos em nossas comunidades eclesiais, devemos, também, estar atentos no sentido de, inclusive, cobrar das lideranças de nossas paróquias, (párocos, coordenadores de CPPs, CAEPs, integrantes das diversas pastorais sociais, etc.), que procurem por em prática o que preconiza a Dimensão Social ou Solidária do Dízimo. Ou seja, programar e destinar sistematicamente, uma parte significativa da arrecadação financeira dizimal para o atendimento das atividades desenvolvidas pelas próprias equipes da pastoral social da paróquia. Com isto se estará cumprindo a decantada opção preferencial pelos pobres a que a Igreja se propôs em suas últimas Conferências Episcopais e, que tem sido tão insistentemente recomendada pelo atual Papa Francisco.
Texto retirado do Jornal Voz da Igreja, número 137, Novembro 2013
COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Bispo Referencial: Dom Moacyr José Vitti; Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho; Coordenador da Equipe do Dízimo: William Michon.