quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

COMO ESCOLHER OS PADRINHOS DE BATISMO DO MEU FILHO?

Entenda o papel e a importância dos padrinhos de Batismo,
 muito além dos compromissos sociais e familiares
Recordo com alegria e gratidão a época em que eu era pároco. 
Houve momentos muito gratificantes e até emotivos. Quando eu 
conversava com os pais que iam pedir o Batismo para seu filho 
recém-nascido, via neles a emoção de ser pais e, às vezes, não 
encontravam sequer palavras para exprimir o que sentiam.

Sempre busquei que a acolhida fosse o mais cálida possível, pois este é 
um momento especial para a família. Além e parabenizá-los, eu lhes 
apresentava o programa de preparação que a paróquia tinha para os
 pais e padrinhos, já que o Batismo é um momento decisivo na vida dos
filhos. Quase todos aceitavam a proposta e resolviam as dificuldades de 
horário que às vezes surgem para participar dos encontros.

Mas também havia gente que não entendia a necessidade de uma preparação
 dos pais, e muito menos dos padrinhos. Às vezes, escolhiam padrinhos
 que não tinham recebido a Crisma ou não tinham a indispensável
 experiência de fé para desempenhar a missão que a Igreja confia a um 
padrinho de Batismo; então, era necessário muito esforço
 para que entendessem.

Quando os padres e catequistas me falam das dificuldades que encontram
 na pastoral pré-batismal, eu entendo perfeitamente. Com estas palavras, 
quero incentivá-los a continuar cuidando desses momentos de 
evangelização que realizam por meio das catequeses de preparação 
para este e outros sacramentos.

É preciso levar em consideração os critérios e orientações que a Igreja 
oferece para receber os sacramentos e, de maneira particular, compreender 
o que significa ser padrinho de Batismo. Os pais garantem solenemente, na celebração batismal, sua decisão de transmitir a fé aos seus filhos, 
e de fazer isso com a ajuda dos padrinhos.

Pais e padrinhos precisam dar exemplo de vida cristã àquele que será
batizado, dentro de casa e participando na vida da Igreja – sobretudo da 
Missa dominical. Para isso, a paróquia oferece esse meio de formação, as catequeses pré-batismais, e recorda aos pais que é preciso escolher padrinhos idôneos, tanto por sua maturidade humana e cristã 
como pela sua disposição a colaborar com eles na educação do batizado na fé.

Esta idoneidade dos padrinhos se concretiza em: pertencer à Igreja Católica, 
ter feito a Primeira Comunhão e recebido a Crisma, levar uma vida congruente 
com a fé e a missão que assumem e não ter se afastado da Igreja
 por um ato formal de apostasia.

Recomendo aos pais que notifiquem a paróquia sobre sua intenção de 
batizar seus filhos com antecedência suficiente para que possam se 
organizar e participar das catequeses pré-batismais. Seria belíssimo e os 
ajudaria muito a viver o nascimento do filho como um dom de Deus, se 
participassem destas catequeses antes de o filho nascer, durante a gestação.

Tenho certeza de que os sacerdotes continuarão acolhendo cordialmente 
os pais e os ajudarão a superar as situações conflituosas que às vezes surgem. 
E que convidem os paroquianos adultos a receber a Crisma, caso ainda não o tenham feito, pois ela completa o Batismo e proporciona o dom do
 Espírito Santo para crescer na vida cristã.

(Artigo de Dom Alfonso Milián Sorribas, publicado originalmente por SIC)

fonte: www.aleteia.org

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O QUE NÃO ME CUSTA NÃO TEM VALOR?

Vestir Deus com a nossa forma de pensar nos impede de abrir-nos à graça de um Pai que é amor e que se alegra com a entrega simples dos seus filhos

Uma pessoa me disse: "O que não me custa não vale nada". E eu fiquei pensando nisso. Será mesmo que o que não exige esforço não tem valor algum? Aos olhos de Deus, não vale nada fazer algo que nos agrada?


É verdade que, às vezes, acabamos acreditando nisso e nos convencemos de que somente o que nos custa é meritório. Assim, desprezamos aquilo de que gostamos, o que nos agrada, o que não nos exige nada, porque achamos que isso não tem valor.
Talvez façamos isso porque aplicamos nossa própria experiência. Pensamos que o maior amor é aquele capaz de sacrificar-se e renunciar. Achamos mais meritória uma vida cheia de esforços, sofrida, sacrificada, ao invés de uma vida aparentemente mais fácil.
É verdade que o amor que se sacrifica é grande, muito grande. Mas não cabe a nós comparar amores e julgar santidades.
Estamos sendo generosos quando renunciamos e nos sacrificamos poramor, quando damos a vida, gota a gota, a esse Deus que nos ama e por essas pessoas às quais amamos. Mas isso só tem valor quando o fazemos obedecendo a Deus, seguindo seus passos. Este sacrifício, sim, vale a pena.
Mas também há momentos de paz e luz, nos quais amamos e somos amados, nos quais vivemos a vida com alegria e desfrutando de cada momento, cada conversa, cada risada. Sim, há momentos de luz que são muito valiosos aos olhos de Deus.
O que agrada a Deus é o que fazemos por amor (custando-nos ou não). Ele se comove diante da entrega diária com alegria – ainda que pensemos que necessariamente quem mais se esforça e sacrifica é quem mais ama. Se, ao escolher entre dois bens, optamos pelo que mais nos custa, isso terá valor se o fazemos porque consideramos que é o mais agrada Deus.
Deus de Jesus, esse Deus do qual Ele nos fala nas bem-aventuranças, esse Deus a quem seguimos e amamos, é um Deus que se alegra com a nossa vida e quer sempre o nosso bem. É o Deus que nos ensina a viver e aproveitar a vida, que alegra a nossa vida inclusive na dor.
Ao referir-se à melhor atitude diante da vida, uma pessoa disse: "Não chore pelo que você perdeu, mas lute pelo que lhe resta. Não chore pelo que morreu, mas lute pelo que nasceu em você. Não chore por quem partiu, mas lute por quem está ao seu lado. Não chore por quem o odeia, mas lute por quem o ama. Não chore pelo seu passado, mas lute pelo seu presente. Não chore pelo seu sofrimento, mas lute pela sua felicidade. Com as coisas que vão nos acontecendo, vamos aprendendo que nada é impossível de solucionar-se. Apenas siga adiante".
Mas temos a tentação de vestir Deus com a nossa forma de pensar. Nós o algemamos do nosso jeito e, assim, não nos abrimos à graça de um Deusque é amor e que se alegra com a entrega simples dos seus filhos.
Deixamos de acreditar em um Deus que quer nosso bem, nossa felicidade e plenitude, e não que nos afoguemos nas dificuldades da vida. Ele não quer que vejamos nossa vida como um muro intransponível, como uma batalha na qual nunca venceremos.
Afinal, o caminho da vida, ainda que às vezes não pareça, é mais simples do que pensamos: consiste em lutar pelo que temos, pelo que está vivo, pelas pessoas com as quais caminhamos, pelo presente e pelo futuro, pela graça da felicidade. Lutar sempre, seguindo sua vontade, obedecendo sua voz.